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jornal de hontem junho 2017

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OS 25 ANOS DA CÚPULA DA TERRA: A ECO 92

                                                                                              Prof. Me. Angelo Moraes 

Em 1992 foi realizada na cidade do Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento. Chamada de Cúpula da Terra, Eco 92 ou ainda Rio 92, a conferência da ONU foi um marco no que se refere à discussão dos problemas ambientais enfrentados pela humanidade em escala mundial. O último grande encontro entre os Estados Nacionais para debater esta temática havia sido a Conferência de Estocolmo em 1972 na Suécia.

De maneira sintética, a tentativa de se implementar uma agenda ambientalista planetária pode ser encarada sob duas perspectivas, e, diga-se de passagem, perspectivas contrárias entre si: a primeira diz respeito a uma “bem intencionada” ação coordenada em nível global que visa proteger e preservar as riquezas naturais  (e os povos originários) em especial dos países ditos “em desenvolvimento” (entre os quais o Brasil), com o fito de assegurar às futuras gerações os recursos mínimos necessários à garantia de sua sobrevivência. A segunda, menos romântica e menos utópica, se refere a uma grande rede de informação e contra-informação capitaneada por ONG’s e organismos internacionais, responsável pela introdução de uma pauta estratégica – uma pauta exógena, obviamente - para obstaculizar o pleno desenvolvimento social, econômico e científico desses mesmos países, no sentido de permanecerem eternamente condenados ao subdesenvolvimento. Ainda segundo essa ótica, a Rio 92 impôs restrições em relação ao uso dos recursos naturais pelos países periféricos ao propagar o discurso da “sustentabilidade” como o paradigma a ser adotado a partir de então; assim, acabou por impedir o tão cobiçado “salto qualitativo” em suas economias – e por conseqüência em suas sociedades - como assim o fizeram os países desenvolvidos em décadas anteriores.   

O fato é que no ano de 1992 os olhos do mundo estavam voltados para o Brasil por conta deste grande evento cujas deliberações geraram um documento que serviria como parâmetro para um programa de ação onde a meta era promover um novo padrão de desenvolvimento ambientalmente racional e exequível; um guia ordenador da relação homem, natureza e economia nos anos vindouros: a “Agenda 21”.

O Jornal de Hontem de Junho aborda a questão ambiental pelos jornais cuiabanos por ocasião da realização da Eco 92. No dia posterior à abertura do evento – que ocorreu em 03 de Junho de 1992 - o periódico Diário de Cuiabá estampa a seguinte manchete: “Collor pede ajuda aos ricos”; um apelo do governo brasileiro da época aos países do primeiro mundo para viabilizar financiamento ás ações que seriam propostas pela cúpula. No mesmo dia, há um chamamento para que as indústrias locais – principalmente as que trabalham com madeira - percebam a importância do não-desperdício e da reciclagem de materiais: “Indústrias despertam para a ecologia”; “Empresário denuncia desperdício” e “Materiais plásticos serão reaproveitados em Cuiabá.”

O mesmo Diário de Cuiabá traz um suplemento especial (bilíngüe inclusive) sobre os impactos das atividades econômicas desenvolvidas em Mato Grosso a partir da colonização promovida pelos governos militares em meados dos anos 1970 e suas conseqüências para os biomas que compõem nosso território: cerrado, pantanal e a Amazônia legal: “Meio ambiente paga a conta da “má-ocupação” econômica de Mato Grosso”. O Rio Cuiabá também é lembrado devido a sua importância na formação da bacia hidrográfica dos rios que compõem o pantanal: “Defesa do rio Cuiabá”.

Em 1978, ou seja, quase 15 anos antes, já encontramos nos jornais matérias que evidenciam a preocupação social com os rumos da economia (com a produção em massa da sociedade industrial) no que tange aos possíveis efeitos nocivos causados ao meio ambiente: “Poluição: o novo drama da humanidade” e “Contaminação do meio ambiente.”

Passado um quarto de século, não obstante os avanços tecnológicos e científicos aplicados à extração e uso dos recursos naturais pelos mais diversos segmentos da economia, a questão ambiental ainda é tida como um dos “calcanhares de Aquiles” dos estados nacionais e das grandes corporações, uma vez que o colapso da natureza acarretaria por tabela o colapso das sociedades como as conhecemos hoje.

                         

                  

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