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jornal de hontem novembro 2017

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A INAUGURAÇÃO DA ITAIPU BINACIONAL

                                                                                            Prof. Me. Angelo Moraes

Em Novembro de 1982 era inaugurada a maior usina hidrelétrica do mundo até então, na fronteira do Brasil com o Paraguai. Itaipu, que na língua Tupi quer dizer “a pedra que canta”, é considerada uma das sete maravilhas modernas da engenharia mundial, sendo responsável pelo abastecimento de 17% da energia consumida no Brasil e 76% no lado paraguaio. Construída em um contexto de crise internacional do petróleo, a realização de Itaipu foi pensada estrategicamente no sentido de buscar fontes alternativas de energia limpa e renovável. A entrada da usina em operação comercial ocorreu em 05 de Maio de 1984, mas a inauguração propriamente dita, com a abertura das primeiras comportas após o término da obra se deu em 05 de Novembro de 1982.

Os primeiros estudos encomendados pelo governo brasileiro sobre a utilização do potencial hidráulico na região do Rio Paraná onde se encontravam as Quedas do Iguaçu foram feitos ainda em 1962. Em 1966, já sob a égide do governo militar, foi assinado um documento de intenções cooperativas entre Brasil e Paraguai denominado “Ata de Iguaçu”. Nesse documento, os dois países se comprometiam a examinar as possibilidades econômicas e, em particular, a viabilidade de aproveitamento dos recursos hidráulicos “pertencentes em condomínio aos dois países do Salto Grande de Sete Quedas ou Salto de Guairá.” Aqui uma curiosidade: segundo informa a versão oficial do próprio site da Itaipu Binacional, o escritor de “Grande Sertão Veredas”, João Guimarães Rosa, que ocupava o posto de chefe da Divisão de Fronteiras do Ministério das Relações Exteriores à época, teve decisiva participação nas discussões que costuraram o acordo para a construção de Itaipu pelos dois países. A Ata de Iguaçu foi o documento que precedeu o Tratado de Itaipu, firmado em 1973. O Tratado de Itaipu foi o instrumento legal que, confirmadas as condições favoráveis ao aproveitamento hidrelétrico da região, selou oficialmente a cooperação entre Brasil e Paraguai para a construção da usina de energia.

Ainda em 1973 técnicos dos dois países definiram o local mais adequado para a construção da hidrelétrica; em maio de 1974 Itaipu Binacional é constituída formalmente como empresa e no semestre seguinte começam os trabalhos que, em seu pico, entre 1978 e 1981, chegaram a reunir 40.000 mil trabalhadores em seu canteiro de obras. Para efeito de comparação, Foz do Iguaçu à época possuía apenas 20.000 mil habitantes. No mega empreendimento foram usados 12,7 milhões de metros cúbicos de concreto, o que seria suficiente para a construção de 210 estádios como o Maracanã.

Em outubro de 1978 é aberto o canal de desvio do rio Paraná onde seria construída a barragem principal da usina; foram usadas 58 toneladas de dinamites na explosão do novo caminho do rio. Em 1982, terminada a fase de concretagem da barragem principal, têm início o fechamento das comportas do canal de desvio, para a formação do reservatório da usina. Segundo informações oficiais, “a lâmina de água soma 135 mil hectares, ou quatro vezes o tamanho da Baía da Guanabara”.

O Jornal de Hontem da presente edição enfoca a inauguração oficial de Itaipu realizada em Novembro de 1982, com a participação dos ditadores dos dois países, João Batista Figueiredo e Alfredo Stroessner.  Em 05 de Novembro o Estado de Mato Grosso traz em sua página inicial: “Itaipu: Figueiredo verá hoje a abertura das comportas.” No dia seguinte o mesmo periódico noticia que os “Presidentes Figueiredo e Stroessner inauguram Itaipu”, e traz a seguinte fala do militar brasileiro: “... no coração do continente americano, o Brasil e o Paraguai oferecem a causa da integração latino-americana uma realidade de cimento e aço, um poderoso vínculo no setor fundamental da cooperação energética.”

Hoje Itaipu Binacional não é mais a maior usina hidrelétrica do mundo, perdendo o posto para a usina de Três Gargantas na China, inaugurada em 2012. A usina chinesa possui uma capacidade de geração de energia 60% maior que a de Itaipu, porém, esta continua sendo a maior produtora mundial de energia uma vez que a usina chinesa ainda não opera com toda a sua capacidade plena. De qualquer maneira, Itaipu acumula vários recordes como por exemplo o que atingiu ano passado ao ultrapassar a quantidade de produção de 100 milhões de mega-watts hora (MWh), sendo a primeira hidrelétrica do mundo a alcançar tal feito. Itaipu ainda ostenta o título de maior hidrelétrica do mundo em produção acumulada gerando um total de mais de 2,4 bilhão de MWh produzidos em mais de 30 anos de operação. 

                 

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